terça-feira, 9 de agosto de 2011

Miguelito e Alexandre, O grande!

Alexandre Magno
Miguelito nos contava sobre mais uma de suas andanças. Tinha voado dias seguidos, estava exausto e parara em um arbusto às margens do rio Indo na Índia para um merecido descanso. Nesse momento um homem de estatura baixa encosta seu escudo, arria seu cavalo e deita-se na sombra para descansar. Também parecia bastante fatigado. No entanto, um brilho ainda podia ser visto em seus olhos. Quase cochilando ele avista Miguelito a observá-lo e a rabiscar sua pequena agenda. Confuso se aquilo era real ou miragem de um sonho, ele passa a conversar com o pequeno e estranho inseto.
- Ei? Quem é você? Ou melhor, o que é você?
- Sou da espécie besouros sapiens, o último. Meu nome é Miguelito e venho de São Miguel Arcanjo.
- Você parece um híbrido, quase um ser mitológico!
- Não me fale em mitologia senhor.  Já fui confundido com um heroi grego e quase morri nas mãos de Heitor.
- O quê? Você lutou com Heitor? O troiano “domador de cavalos”?
- Ele mesmo! Por falar em cavalos, o seu é muito bonito. Como se chama?
- Bucéfalo.
(Miguelito disfarça e solta um sorriso maroto)
- Santa Cruz Bendita! Que nome, hein?
- Ora, por quê?
- Nada não. Coincidências apenas! E sua graça?
- Graça? Como assim?
- Seu nome senhor?
- Ahhh...me chamam Alexandre, O grande!
- Grande? Isso é uma piada né?
- Sou o maior conquistador da história, senhor Miguelito. Nunca perdi uma batalha, conquistei impérios que vão dos Balcãs à Índia. E Tiro, a inconquistável, também foi dominada por meu exército. Meu maior desejo é instaurar a cultura helênica em todos os confins da Terra. Ocidente e oriente: um só povo, uma só cultura!
- Audacioso, sagaz e corajoso o senhor, hein? Deve ter tido bons mestres.
- Na verdade, tive o melhor preceptor: Aristóteles! Já ouviu falar?
- Aristóteles eu não cheguei a conhecer. Mas Sócrates e Platão, esses eu conheci. Sacanas! Deram-me um vinho que quase me matou. Não fosse Hipócrates, adeus besouros sapiens!
(Naquele momento, Alexandre teve uma ideia. Aristóteles era um exímio colecionador de insetos e Alexandre sempre lhe enviava amostras de novas espécies por onde passava. Pensou então: um besouro inteligente? Como não havia pensado nisso? Aristóteles ficará maravilhado. Tudo bem que terá que repensar toda sua filosofia!).
- Miguelito, por que não vai comigo para a Babilônia? Será meu hóspede de honra.
- Sei não seu Alexandre. Essa coisa de hóspede só me trouxe problema. É igual casamento. No começo só felicidade, mas depois?
- Miguelito, “nada é impossível para aquele que persiste”. Infelizmente, meus homens já decidiram voltar para seus lares. Não querem mais a glória e a conquista. Os homens sempre abandonam os maiores projetos e as maiores conquistas por um pouco de conforto e um colo de mulher.
- Bom, o senhor me parece uma pessoa boa seu Alexandre. Vou aceitar seu convite.
- Você não se arrependerá meu jovem!
(Já no palácio da Babilônia, o banquete estava posto. Luxo, mulheres, danças e um aroma místico resplandeciam pelo salão. Miguelito estava extasiado com tamanha beleza).
- Ei Miguelito? Aqui temos o hábito de lavar as mãos e o rosto antes de nos sentarmos. Como voltamos de uma longa viagem, passe bem a toalha sobre seu nariz. O tempo estava muito seco lá fora!
- Obrigado seu Alexandre, vejo que o senhor sabe tratar bem seus hóspedes.
(Miguelito lava suas patinhas, pega a toalha molhada e a passa demoradamente em suas narinas. Começa a sentir uma tontura e suas patas começam a tremer).
- Ei, seu Aleeexaandreee.....estou ficando zooonzoooo....acho que voouu....poft!
- Ei, serviçal? O vidro, rápido! Rapaz, Aristóteles não vai acreditar!
Aristóteles instruindo Alexandre Magno

Um comentário:

  1. Viajando na Filosofia10 de agosto de 2011 às 12:15

    Você é o mesmo que tem um blog e disse que eu sou seu concorrente? Se for, deixe seu link para que todos posssam visitá-lo. Ahhh..e as piadinhas, eu já conhecia. Mas não reproduzo nada em meu blog. O que publico são criações próprias. Quero fazer arte, não plágio. Quando for plágio, todos serão avisados. Obrigado!

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