Diariamente somos bombardeados
com informações que nos chegam aos olhos e ouvidos através de pessoas com
reconhecimento moral, espiritual ou acadêmico. Até mesmo “simples mortais”
ganham credibilidade por terem alçado os louros da fama. Tornou-se prática
comum nossos meios de comunicação sustentarem suas verdades e ideias através de
especialistas, doutores, psicólogos e psiquiatras que corroboram teses
“sensatas” ou sentenças sensacionalistas. Nas redes sociais é lei o compartilhamento de ideias, frases e pensamentos
atribuídos a grandes nomes da filosofia, da arte, da ciência e da literatura.
Nietzsche, Saramago, Clarice Lispector, Sartre, Einstein, Da Vinci e Santo
Agostinho entraram para o rol da fama com frases de efeito moral, ora para
enobrecer o espírito humano ora para servir de “flecha” contra os
inimigos. Jornais e revistas outorgam
para si o título de “imparciais”, repetem constantemente que a verdade sempre
será seu maior compromisso. Temos “receitas” para todos os problemas: para o
fim da violência, para superar a obesidade, solucionar relações frustradas, afastar
encostos espirituais, combater a corrupção política, dietas para o corpo belo,
exercícios para combater o stress, fórmulas para o sucesso profissional, dicas
para a viagem dos sonhos. Nossos neurônios e sinapses talvez nem comportem a
avalanche diária de informações. Muitas delas devem se perder pelos caminhos de
nossos impulsos nervosos e, quiçá, nos retornem em sonho, muitas vezes com faces
monstruosas e enigmas indecifráveis.
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