sábado, 16 de fevereiro de 2013

O papel da dúvida na era da informação



Diariamente somos bombardeados com informações que nos chegam aos olhos e ouvidos através de pessoas com reconhecimento moral, espiritual ou acadêmico. Até mesmo “simples mortais” ganham credibilidade por terem alçado os louros da fama. Tornou-se prática comum nossos meios de comunicação sustentarem suas verdades e ideias através de especialistas, doutores, psicólogos e psiquiatras que corroboram teses “sensatas” ou sentenças sensacionalistas. Nas redes sociais é lei o compartilhamento de ideias, frases e pensamentos atribuídos a grandes nomes da filosofia, da arte, da ciência e da literatura. Nietzsche, Saramago, Clarice Lispector, Sartre, Einstein, Da Vinci e Santo Agostinho entraram para o rol da fama com frases de efeito moral, ora para enobrecer o espírito humano ora para servir de “flecha” contra os inimigos.  Jornais e revistas outorgam para si o título de “imparciais”, repetem constantemente que a verdade sempre será seu maior compromisso. Temos “receitas” para todos os problemas: para o fim da violência, para superar a obesidade, solucionar relações frustradas, afastar encostos espirituais, combater a corrupção política, dietas para o corpo belo, exercícios para combater o stress, fórmulas para o sucesso profissional, dicas para a viagem dos sonhos. Nossos neurônios e sinapses talvez nem comportem a avalanche diária de informações. Muitas delas devem se perder pelos caminhos de nossos impulsos nervosos e, quiçá, nos retornem em sonho, muitas vezes com faces monstruosas e enigmas indecifráveis. 




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