Há dias em que acordamos com uma sensação estranha. Um vazio, um remoer do estômago, um desejo de permanecer quietinho em nosso quarto. Não ver ninguém, não ganhar o pão de cada dia, uma náusea. Sintoma de segunda-feira? Até o Garfield odeia a segunda! Mas não é isso. É a sensação de que você precisa tomar decisões. Talvez Sartre tenha razão, somos o único ser que experimenta a angústia. Por que uma decisão significa a anulação de inúmeras outras possiblidades. E você é o único responsável pelas decisões que toma, por isso sente o peso do passado a esmagar-lhe as vezes. Então se pergunta: me casarei novamente? Terei mais filhos? Mudarei de profissão? Mudarei de cidade? Fazer essa ou aquela faculdade? Tentar novamente ou separar? Ficar só ou viver um novo amor? E ninguém poderá decidir por você, ou então, você entregará as rédeas de sua vida em mãos alheias. Hesitar? Adiar a resposta? Dar-se um tempo? É possível, é compreensível. É humano! Mas no final você terá que decidir. É o drama de nossa existência. É o olhar extasiado diante de nossa própria tragédia. E na tragédia da vida somos personagem e ator. E é isso o que faz da vida o mais belo espetáculo!
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