Criança Geopolítica assistindo o nascimento do Homem Novo, Salvador Dali, 1943.
Pensei: por que não me perguntou o que é o humano para Nietzsche, para Sartre ou para Descartes?
Lembrei do "Humano, demasiado humano" de Nietzsche. Mas não poderia plagiá-lo. Estaria "vivendo em glória de empréstimo" como diz o próprio Nietzsche.
Lembrei-me da náusea sartreana diante do absurdo que é a vida e sua falta de sentido. Do quanto essa falta de sentido acabou por gerar inúmeros sentidos para um além-mundo, já que este não se justifica de forma alguma. Talvez por isso as religiões tenham vencido a filosofia e a ciência, como diz Lacan.
Suas promessas são inalcançáveis para qualquer regra lógica ou para qualquer possibilidade de comprovação empírica. Daí seu poder de sedução.
Lembrei também do cogito cartesiano e seu "Eu penso, eu existo", daí o humano estar profundamente atrelado ao que chamamos de razão. Mas a razão é uma invenção da filosofia, portanto também passível de refutação, pois pode ter sido inventado por alguém bastante "feio", como Sócrates.
Bom, se o humano não é razão, é instinto, é desejo, é paixão. Mas não foi Freud que teria nos alertado que o humano foi subjugado em nome da civilização? Jamais seremos felizes!
Se tudo é absurdo, por ser humano, e se o que é humano já não mais existe para que a civilização
prossiga sua existência sem sentido, então não há o que responder.
Estamos todos perdidos.
Espero que exista um além. E que Nietzsche esteja errado!
Ser humano é a água do esgoto que passa por um tratamento e depois de um certo tempo torna-se bebível.
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